As imagens dos agricultores portugueses no bloqueio em Bruxelas

Em dia de Cimeira de Chefes de Estado e Governo, agricultores portugueses estão entre os milhares de europeus que se manifestam esta quinta-feira em Bruxelas, assinalando o protesto contra as medidas para a Política Agrícola Comum pós-2027. Profissionais do setor bloquearam principais vias de acesso à capital belga esta madrugada.
Redação
Redação
18 dez. 2025, 10:30

Estima-se que perto de dez mil agricultores se juntem ao protesto desta quinta-feira em Bruxelas, sendo a comitiva francesa, de longe, a mais numerosa.

Os agricultores europeus aproveitaram a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que hoje se realiza em Bruxelas, para se manifestarem contra a assinatura do acordo do Mercosul, agendada para o próximo sábado. Durante a madrugada, bloquearam as principais vias de acesso à capital belga, tendo sido recebidos, já esta manhã, pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a líder da Comissão Europeia.

De Portugal viajou uma comitiva de algumas dezenas de agricultores, que se juntaram ao protesto. Os portugueses estão reconhecidamente a favor do acordo do Mercosul, mas participam na manifestação por se oporem às alterações à arquitetura da Política Agrícola Comum, no quadro de financiamento plurianual para o período pós 2027.

 

O secretário-geral da CAP, Luís Mira, explicou, em declarações ao Conta Lá, qual é a principal razão deste protesto para os portugueses: “A presidente da Comissão Europeia apresentou um quadro financeiro com um aumento de 40% do orçamento comunitário, mas com um corte de 20% no orçamento da Política Agrícola Comum. Esta é a primeira grande razão do protesto”.

Segundo o secretário-geral da CAP, esta mudança penaliza vários países, nomeadamente Portugal, uma vez que o nosso país não apresenta as mesmas capacidades financeiras de outros Estados-membros como a Alemanha ou a Áustria.

“Enquanto uns podem colocar mais dinheiro do Orçamento do Estado, outros não têm essa possibilidade. Isso quebra o equilíbrio que existia e coloca Portugal em clara desvantagem”, refere.

A CAP alerta ainda para as consequências desta instabilidade, por um lado, na captação de novas gerações para o setor e, por outro, no aumento dos preços dos produtos agrícolas.