Já nasceu o Museu das Marcas, Artes Gráficas e Publicidade
É uma autêntica montra de marcas. Desde a Ach. Brito, de sabonetes e perfumaria, de 1887, à Sanjo, da década de 1930, de sapatilhas de São João da Madeira. Aqui pode conhecer a história, os fundadores, os primeiros slogans e até algumas curiosidades. O nome Sanjo, por exemplo, foi uma homenagem que os criadores da marca quiseram fazer à cidade, bem como a todos os sanjoanenses.
Pode saber isto e muito mais através da plataforma digital (www.museudasmarcas.pt), de acesso livre e em constante crescimento. A plataforma reúne marcas nacionais e internacionais que fizeram, ou ainda fazem, parte do dia a dia de todos os portugueses.
Entre as peças disponíveis, incluem-se: objetos de design industrial, embalagens, peças publicitárias, cartazes, rótulos, protótipos, maquetes, anúncios e outros artefactos ligados à indústria gráfica, à pré-produção e impressão, e à comunicação visual.
“O Museu do Caramulo já tinha uma coleção de artes gráficas, de cartazes, packaging, maquetes, tudo o que está relacionado com marcas, com design ou artes gráficas”, começa por explicar o presidente do Museu do Caramulo, Salvador Patrício Gouveia, ao Conta Lá.
Importante também foi uma doação que o Museu recebeu da Litografia de Portugal. “Doaram-nos todo o espólio, mais de 600 peças, algumas com 100 anos, de tudo o que se possa imaginar”, revela Salvador Patrício Gouveia.
“Entre a nossa coleção, que era crescente e enorme, e esta doação, a juntar o desejo e o interesse das pessoas no design e no mercado da saudade, este projeto era inevitável”, confessa.
Todas as peças da coleção são conservadas, digitalizadas, fotografadas e catalogadas por uma equipa multidisciplinar, de seis elementos, sendo publicadas regularmente no site e nas redes sociais.
“As marcas portuguesas estão em grande. Hoje em dia é muito mais sofisticado e cool oferecermos uma marca portuguesa. As pessoas demoraram anos a adorar as suas próprias marcas”, lamenta o responsável do Museu do Caramulo.
A preocupação do Museu do Caramulo prende-se com as marcas que não tiveram tanta projeção, mais locais ou familiares, mas que também contam uma história.
“Há marcas pequeninas, que desapareceram, e se não é o Museu da Marcas a escrever sobre elas e a registar os seus objetos, vão desaparecer da memória coletiva”, conclui.

Museu físico das marcas em breve
O Museu das Marcas, para já, é digital, “o que tem uma grande vantagem já que não há limite de espaço”, mas o desejo da direção do Museu do Caramulo é criar “um museu físico das marcas”.
“Estamos a trabalhar nisso, mas nunca será possível mostrar tudo”, explica o presidente do Museu.
Nas redes sociais, “as pessoas vão matando as saudades e apreciando as peças que vamos fotografando”.
“Temos uma equipa multidisciplinar, constituída por seis pessoas, que trabalham em dois estúdios, um deles 3D, para fotografar objetos tridimensionais, e outro 2D, em que contamos com a colaboração da Google, através do seu Art Camera Loaner Program, permitindo a captura em alta resolução e a disponibilização das imagens na Google Arts & Culture", revela Salvador Patrício Gouveia.
Saiba que pode doar peças
A coleção do Museu das Marcas cresce todos os dias, já que o museu continua a adquirir peças, ao mesmo tempo que recebe doações.
“As pessoas têm em casa embalagens sem grande valor comercial, mas com um valor histórico enorme e têm prazer em entregá-la ao Museu, vê-la fotografada e ver o seu nome associado a essa peça”, conta Salvador Patrício Gouveia.
No caso de querer doar alguma peça ao Museu das Marcas, deve contactar o Museu do Caramulo por email ou através das redes sociais.
Esta iniciativa arranca com sete parceiros fundadores, nomeadamente: EDP, Central de Cervejas e Bebidas, Olá, El Corte Inglés, Fidelidade, Olegário Fernandes e Netsonda.
